Francisco Salvado e Silva
Ru Filho de Almeida 21 1º Piso
Lisboa
Tel. 21 9361150
(deve ser considerado, apenas, como texto de apoio as aulas de Cirurgia maxilo facial Instituto Superior Universitário Egas Moniz. Não inclui a totalidade da matéria lecionada)
•
• SIALOLITIASE
• Litíase das glândulas salivares.
• Mais frequente no sexo feminino entre os 30 e os 50 anos.
• Em 25% dos casos os cálculos são múltiplos podendo estar presentes no canal ou no corpo glandular.
• Podem ser radiopacos ou radiotransparentes.
• 85% dos casos de cálculos salivares aparecem na glândula submaxilar.
• A presença de calculos obstrutivos implica a total ou parcial interrupção canalicular com ectasia e estase salivar.
• A estase salivar é predisponente a infecção das glândulas salivares (sialoadenite).
• SIALOLITIASE DA SUBMAXILAR
• Maior frequência:
– Maior concentração de cálcio na saliva.
– pH alcalino da saliva.
– Canal excretor muito longo.
– Canal excretor com 2 curvas (milohioideu e final antes da papila).
– Orifício de drenagem final muito estreito.
– Orifício de drenagem a um plano superior ao da glândula.
– Componente mucoso importante.
• Diagnóstico
– Quadro clínico.
– Radiografia simples.
– Radiografia oclusal.
– Ortopantomografia.
– Ecografia.
– Tac.
• Quadro clínico
– Obstrução aguda durante as refeições com dor aguda.
– Aumento do volume glandular (+ durante as refeições).
– Melhoria gradual após as refeições.
– Cronicidade: atrofia glandular, infecções, ectasia dos canais.
– Na parótida a causa principal da Litíase é a infecção.
• Exames complementares
– Radiografia simples: cálculos radiopacos.
– Radiografia oclusal: cálculos radiopacos na porção anterior do canal de Wharton ou do Sténon.
– Ortopantomografia: cálculos radiopacos.
– Ecografia. Cálculos do canal e intra glandulares.
– Tac: Cálculos do canal e intra glandulares.
• Terapêutica
– Depende: da duração dos sintomas, da frequência dos episódios, do tamanho do cálculo, da localização do cálculo (anterior ou posterior).
– Localização anterior: sialolitotomia com marsupialização do canal.
– Localização posterior: submaxilectomia, parotidectomia.
– Nos cálculos sublinguais está indicada a excisão total da glândula.
• MUCOCELO
– Retenção ou extravasamento de muco.
– Traumatismo local ou microlitiase.
– Produção de saliva com acumulação de saliva intratecidular e formação de pseudoquisto.
– ++ No lábio inferior.
– Terapêutica: vigilância.
Excisão do mucocelo e da glândula.
• RÂNULA
Mucocelo da glândula sublingual.
• D.D. Quisto do canal de Wharton.
: Quisto dermóide do pavimento.
• Tipos: Rânula simples.
: Rânula mergulhante.
• Q.C. Elevação azulada do pavimento.
: Flutuação de tamanho variável.
• Terapêutica: Marsupialização ou excisão com a glândula.
•
SIALADENITES
Inflamação das glândulas salivares.
Etiologia: não infecciosa.
: infecciosa.
• SIALADENITE INFECCIOSA
– Aguda / crónica.
– Etiologia: Estafilococos aureus, vírus, anaeróbios, fungos, micobactérias.
– Factores predisponentes:
• Submaxilar: obstrução do canal.
• Parótida: má nutrição, stress cirúrgico, desidratação, doença crónica, mau estado geral.
• SIALADENITE AGUDA
– Quadro clínico
• Mais frequente na parótida bilateralmente.
• Aumento do volume glandular.
• Saliva espessa e purulenta.
• Eritema local.
• Febre e mal-estar geral.
• Dor agravada durante a alimentação.
• Terapêutica
• Tratamento sintomático.
• Hidratação.
• Antibioterapia: cefalosporina, oxacilina e dicloxacilina.
• Drenagem cirúrgica (em alguns casos).
• Excisão da glândula (quando há lesão irreversível da glândula).
•
PAROTIDITE EPIDÉMICA· (Papeira)
• Paramixovirus.
• Aumento bilateral das parótidas com febre, cefaleias, calafrios e dor pré auricular bilateral.
• Incubação de 2 a 3 semanas.
• + Crianças de 6 a 8 anos.
• Complicações: meningite, pancreatite, nefrite, orquite, atrofia testicular e esterilidade.
• Tratamento: sintomático.
SIALOMETAPLASIA NECROTISANTE
• Doença reactiva não neoplásica que afecta as glândulas do palato.
• Etiologia: enfarte das glândulas salivares por traumatismo, anestesia local, tabaco,· diabetes mellitus, doença vascular ou pressão protética.
• >23 <66 anos.="" span="">66>
• Q.C. Lesões de 1 a 4 cm ulceradas.
• Dolorosas ou não.
• Palato lateral e transição entre palato duro e mole.
• Mais frequentemente unilaterais.
• Síndrome prodrómico frequente.
• D.D. Carcinoma.
• Terapêutica: Paliativa. Cura em 5 a 6 semanas.
XEROSTOMIA
• Sensação de boca seca.
• Etiologia: Aplasia glandular.
Idade.
Tabaco.
Respiração bucal.
Radioterapia local.
Fármacos.
• MEDICAMENTOS E XEROSTOMIA
• Anti-histamínicos: Difenidramina.
• Descongestionantes: Pseudoefedrina.
• Antidepressivos: Amitriptilina.
• Antipsicóticos: Derivados da fenotiazina.
: Haloperidol.
• Antihipertensivos: Reserpina, metildopa, clorotiazida, furosemida.
• Anticolinérgicos: Atropina.
COMPLICAÇÕES DA XEROSTOMIA: ex.candidiase e cáries de colo.
TRATAMENTO: saliva artificial.
: Estimulantes salivares.
: Pilocarpina.
: Visitas regulares ao dentista.
: Flúor local
• SIALORREIA
• Definição: Aumento da salivação.
• Sialorreia paroxistica idiopática.
• Etiologia: Irritação local (ulcerações, trauma).
Uso de novas próteses.
Raiva.
Intoxicação por metais pesados.
Medicação com lítio ou adrenérgicos.
• “DROOLING”
• Incompetência de retenção de saliva na cavidade oral.
• Muito frequente em casos de sindrome de Down, doenças neurológicas, mandibulectomia ou macroglossia.
• Complicações: alteração da vida social.
: irritação dos tecidos peribucais.
• Terapêutica
• Só está indicado o tratamento quando se trata de uma situação crónica e irreversível.
• Anticolinérgicos, terapia da fala, e escopolamina subcutânea.
• Cirurgia:
• Submaxilectomia com encerramento dos canais parotideos.
• Reposicionamento dos canais de Sténon e de Wharton (?).
• Neurectomia timpânica bilateral com
Secção da corda do tímpano.
• SINDROME DE MIKULICZ
• Aumento difuso de consistência elástica não doloroso (ou com dor suave) das glândulas parotideas unilateral ou bilateralmente com infiltração linfoepitelial.
• Média de 50 anos de idade.
• 60 A 80% dos casos em mulheres.
• Diagnóstico Diferencial: Outras doenças infiltrativas.
• Tratamento: vigilância e/ou cirurgia com excisão glandular.
• SINDROME DE SJOGREN
• Primário: Xerostomia, conjuntivite e artrite.
• Secundário: Com quadro sistémico de doença auto-imune (artrite reumatóide).
• Etiologia: Alterações do sistema imunitário.
Doença hereditária?
• Epidemiologia: 80% sexo feminino.
50 Anos de idade.
• Quadro clínico
• Lesões articulares, oculares, xerostomia.
• Ardor da mucosa oral, candidiase, disfagia, alterações do paladar, ulcerações orais, cáries de colo, aumento do volume das glândulas salivares (por vezes), mucosas e pele seca
• Linfadenopatia, Fenómeno de Raynaud, vasculite, neuropatias periféricas.
Exames complementares
• Teste de Schrimer, Rosa Bengala .
• Sialografia: atrofia dos canais intra glandulares
e sialectasia ( arvore de fruto).
• Biópsia: É o exame mais importante.
• Biópsia das glândulas minor.
• Infiltração linfoepitelial com destruição acinar.
Terapêutica
• Substituição lacrimal e salivar.
• Estimulantes salivares (pilocarpina e produtos sem açúcar).
• Não utilizar xerostomizantes.
• Terapêutica antifungica.
• Higiene oral e flúor local.
• Vigiar estado geral (incidência aumentada de linfomas).
TUMORES DAS GLANDULAS SALIVARES
• Benignos e malignos.
• Mais frequentes nas glândulas major.
• 75 a 80% dos tumores das glândulas major são benignos ( <% na submaxilar ).
• 50 a 55% dos tumores das glândulas minor são benignos.
• Parótida> Submaxilar> minor> Sublingual.
• O tumor mais frequente é o adenoma pleomórfico da parótida.
• O tumor maligno mais frequente é o carcinoma mucoepidermóide.
• TUMORES BENIGNOS
• Adenoma pleomórfico.
• Tumor de Warthin (adenolinfoma).
• Adenoma monomórfico.
• ADENOMA PLEOMÓRFICO
• Celularidade variável (células mioepiteliais e ductais) em variadas proporções.
• + No lobo superficial da parótida.
• > 30 <50 anos.="" span="">50>
• Q. C. Massa dura bem limitada, sem dor, crescimento lento, ausência de compressão nervosa, ulcerações da pele quando traumatismo.
• No palato é mais frequente no palato posterior, para mediano.
• Terapêutica
• Excisão completa com boa margem de segurança.
• Parótida: excisão do lobo do tumor.
• Submaxilar e sublingual: excisão completa da glândula.
• Glândulas minor: excisão da glândula e do tecido mucoso e periósteo adjacente.
• Recorrência frequente.
• TUMOR DE WARTHIN
• É o segundo tumor mais frequente e aparece quase exclusivamente na parótida.
• + No sexo masculino (60 anos).
• Deriva de tecido glandular incluído nos gânglios linfáticos intra glandulares.
• Crescimento lento, duro, sem dor e nodular.
• Tratamento: excisão completa.
Recorrência rara.
• ADENOMA MONOMÓRFICO
• Tumor muito raro.
• + Sexo masculino, 60 anos de idade.
• Tumor bem limitado.
• Apenas um tipo celular.
• Tratamento: excisão cirúrgica simples.
• Recorrência muito rara.
•
• TUMORES MALIGNOS
• Carcinoma mucoepidermóide.
• Adenocarcinoma.
• Carcinoma adenóide cístico.
• CARCINOMA MUCO EPIDERMÓIDE
• È o tumor maligno mais frequente.
• 10% de todos os tumores das glândulas major.
• 20% de todos os tumores das glândulas minor.
• Idade média de 45 anos.
• Mais frequente no sexo masculino.
• Q.C. Massa submucosa, dura, ulcerada ou não, dolorosa ou não.
• Histologia: células mucosas, epidermóides e intermediárias.
• A indiferenciação piora o prognóstico.
• Tratamento: Excisão completa do tumor com a glândula seguida ou não de radioterapia.
• Prognóstico: de 95% a 40% de curas conforme diferenciação.
Os tumores da submaxilar têm pior prognóstico.
• ADENOCARCINOMA
• É o segundo tumor maligno mais frequente.
• + Na transição do palato duro para o palato mole (glândulas minor).
• Masculino> feminino (3/1).
• Idade média de 56 anos.
• Q.C. Massa não dolorosa, crescimento muito lento, raramente ulcerado ou sangrante.
Metastização pouco frequente mas grau de malignidade local elevado.
• Tratamento:
• Excisão cirúrgica alargada incluindo sempre os tecidos adjacentes.
CARCINOMA ADENÓIDE CISTICO· (Cilindroma)
• É o terceiro tumor mais frequente.
• ++ Nas glândulas minor.
• ++ Na idade média da vida.
• Q.Q. massa mais ou menos bem limitada com crescimento muito lento mas com dor precoce.
• Tendência para invasão precoce dos tecidos nervosos.
• Destruição do osso adjacente.
• Tratamento: Cirurgia radical com ou sem radioterapia.
• Prognóstico: Recorrência frequente a longo prazo.
Metástases para os ossos e pulmões.
Sobrevivência de 20% aos 20 anos.
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